Eloping no Autismo: Entenda o Comportamento e Riscos

Eloping no Autismo: Entenda o Comportamento e Riscos
Eloping no Autismo: Entenda o Comportamento e Riscos

Eloping no autismo refere-se ao comportamento de fuga inesperada de crianças com TEA, frequentemente causado por fatores como ansiedade e sensibilidades sensoriais. Esse comportamento pode resultar em riscos sérios, como acidentes. Para prevenir o eloping, é crucial que cuidadores implementem planos de ação, mantenham supervisão constante e criem ambientes seguros, além de usar identificações e ensinar habilidades de comunicação para garantir a segurança das crianças autistas.

O eloping no autismo refere-se ao comportamento de fuga repentina de crianças com TEA, que pode representar sérios riscos para sua segurança.

O que é eloping no autismo?

O eloping no autismo descreve o comportamento de fuga repentina e não planejada, frequentemente observado em pessoas autistas. Esse comportamento pode ocorrer em diferentes contextos, como no ambiente doméstico ou em locais públicos.

O eloping pode ser motivado por uma variedade de fatores, como:

  • Sensibilidades sensoriais intensas;
  • Ansiedade;
  • Crises de shutdown ou meltdown;
  • Dificuldades na comunicação;
  • Busca por estímulos sensoriais específicos.

É importante compreender que esse comportamento não é uma escolha deliberada, mas sim uma resposta a fatores internos ou externos que a criança pode estar enfrentando. Por isso, é fundamental que os cuidadores estejam atentos às necessidades e aos gatilhos que podem levar a essa fuga.

Por que meu filho autista foge?

Uma das razões pelas quais uma criança com autismo pode fugir está ligada à ativação da resposta de luta ou fuga — uma ocorrência automática do corpo diante de um perigo percebido. Essa resposta faz com que a criança sinta que escapar ou lutar é a única maneira de se proteger.

Embora todas as pessoas tenham esse instinto de sobrevivência, muitas crianças com autismo apresentam uma percepção de perigo mais elevada. Isso significa que não é necessário enfrentar uma ameaça real para que essa ocorrência seja acionada. Por exemplo, uma criança pode fugir ao ver uma abelha, acreditando que será picada, mesmo que a situação não represente um risco imediato.

Outra razão para o comportamento de fuga pode ser uma curiosidade natural de explorar o ambiente, combinada com uma compreensão limitada ou inexistente dos perigos. Elas podem querer descobrir o mundo ao seu redor, mas não têm consciência de que é inseguro fazer isso sem supervisão.

Além disso, motivos sensoriais podem influenciar esse comportamento. Uma criança que evita estímulos sensoriais pode fugir de ambientes barulhentos e lotados, buscando um local mais tranquilo. Por outro lado, uma criança em busca de estímulos sensoriais pode deixar o local para procurar algo que lhe proporcione prazer, como brincar em um trampolim no quintal de um vizinho.

Exemplos de comportamento de eloping

É importante lembrar que o eloping no autismo pode assumir várias formas, uma vez que o diagnóstico de autismo é algo individual e que terá características diferentes para cada pessoa. Não existe uma única explicação para essa fuga, mas sim comportamentos frequentemente impulsionados por fatores como:

  • Buscar por um local ou objeto de interesse;
  • Fuga de estímulos sensoriais aversivos;
  • Falta de compreensão dos perigos.

Entre os principais exemplos de comportamento de fuga em crianças com autismo, temos:

  • Sair pela janela do quarto em momentos sem supervisão;
  • Sair correndo por portas;
  • Corrida repentina enquanto a criança caminhava;
  • Fugir de quintais ou espaços abertos enquanto outros estão distraídos;
  • Afastar-se da família em ambientes movimentados ou com muitos estímulos;
  • Sair da sala de aula enquanto o professor está ocupado;
  • Tentar sair de um veículo em movimento.

Esses comportamentos podem ser alarmantes e exigem atenção dos cuidadores para garantir a segurança da criança e prevenir situações de risco.

Estratégias para prevenir a fuga de crianças autistas

Para famílias atípicas que têm uma criança com comportamentos de elopement ou que convivem com alguma criança que foge, é importante existir um plano pronto com antecedência para que os responsáveis saibam o que fazer quando a criança fugir.

Por mais que isso pareça uma medida complexa, ter um plano (mesmo que seja básico) ajuda a evitar desespero e pânico generalizado, criando um caminho mais seguro e efetivo para evitar possíveis acidentes.

Se você ainda consegue ver a criança:

  • Siga o caminho que ela está fazendo de acordo com o perigo e risco, isso pode ser correndo ou de forma mais calma;
  • Use comandos que ela já conheça para desacelerar a fuga, como “pare”, “volte”, “nome da criança” ou outros;
  • Tente não gritar, entrar em pânico ou dar muitas instruções. Isso pode fazer com que a criança fique ainda mais desesperada e corra para mais longe;
  • Alerte pessoas próximas, como vizinhos, funcionários e outros, que ajudem a alcançar a criança.

Caso você não consiga ver a criança:

  • Chame a polícia ou outras autoridades que possam ajudar;
  • Pense em lugares e espaços que ela pode ter ido a partir da sua fuga;
  • Pergunte a irmãos, colegas, amigos onde ela pode estar;
  • Alerte familiares, amigos, vizinhos e profissionais que possam cuidar da criança em determinados momentos.

Lembre-se: se você tem contato com a equipe que acompanha o seu desenvolvimento e outros profissionais da saúde, converse anteriormente sobre o eloping no autismo e trace planos baseados nessas orientações.

Cada criança é única e essas dicas são apenas passos que podem ajudar. É importante respeitar o repertório e individualidade de cada criança, adaptando as possibilidades.

Outras dicas que podem ajudar com o eloping no autismo são:

  • Supervisão constante sempre que possível: mantenha vigilância na próxima, especialmente em locais públicos ou desconhecidos.
  • Ambientes seguros: instale fechaduras e alarmes em portas e janelas para evitar saídas não autorizadas.
  • Ensino de habilidades de comunicação: incentive o uso de palavras ou sinais para expressar desejos ou desconfortos, diminuindo a necessidade de fuga.
  • Intervenções comportamentais: implemente técnicas de modificação comportamental para ensinar a criança a permanecer em locais seguros e responder especificamente a estímulos desconfortáveis.

Conclusão

O eloping no autismo é um comportamento sério que requer atenção e estratégias eficazes para garantir a segurança, tanto da pessoa autista quanto de seus familiares e cuidadores.

Compreender os motivos por trás desse comportamento e implementar medidas preventivas pode reduzir significativamente os riscos associados, proporcionando tranquilidade para famílias e cuidadores.

Uma dica muito importante é garantir que essa criança tenha algum tipo de “identificação”, como o cordão de girassol, por exemplo. Esse objeto, por mais simples que pareça, pode ajudar muito na hora de garantir que outras pessoas saibam que aquela é uma criança com autismo e que pode precisar de suporte.

Estar atento a uma criança correndo sozinha na rua pode salvar uma vida. Um olhar de cuidado pode ser um ato decisivo de proteção.

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