10 dicas para ajudar crianças autistas a lidar com mudanças de tarefas

A transição entre tarefas, ambientes ou rotinas pode ser especialmente difícil para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este post apresenta 10 estratégias práticas e acessíveis para ajudar essas crianças a lidar com as mudanças do cotidiano de maneira mais tranquila e previsível.

Para muitas crianças autistas, o simples ato de trocar de roupa, mudar de ambiente ou finalizar uma brincadeira pode ser motivo de desconforto, resistência e até crises. Essa dificuldade com transições está diretamente ligada à necessidade de previsibilidade e à rigidez cognitiva, características comuns no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A transição representa uma quebra na estrutura esperada, o que pode gerar insegurança, ansiedade ou frustração. No entanto, com estratégias adequadas, é possível tornar esses momentos mais suaves e menos estressantes, tanto para a criança quanto para os adultos envolvidos.

Neste post, você vai encontrar 10 formas práticas e eficazes para ajudar crianças autistas a enfrentar melhor as transições no cotidiano, seja em casa, na escola ou em ambientes sociais.

1. Use quadros de rotina visual

Quadros com imagens, ícones ou fotos ajudam a criança a visualizar a sequência das atividades do dia. Isso traz segurança, organização e previsibilidade, reduzindo o impacto de mudanças inesperadas. Pode ser um quadro fixo ou com velcro, para trocar os itens ao longo do dia.

2. Avise com antecedência sobre mudanças

Nunca mude de atividade de forma brusca. Dê avisos com tempo suficiente, dizendo frases como “em 10 minutos vamos guardar os brinquedos” ou “depois do lanche é hora do banho”. Isso dá à criança tempo para se preparar emocionalmente.

3. Use timers visuais e contagem regressiva

Relógios de areia, aplicativos com cronômetro ou timers com luzes coloridas ajudam a mostrar visualmente o tempo restante de uma atividade. Crianças autistas se beneficiam muito de pistas concretas.

4. Estabeleça uma rotina estruturada e previsível

Ter horários fixos para as atividades (como refeições, banho e sono) facilita a aceitação das transições. Mesmo com imprevistos, manter ao máximo a previsibilidade do dia faz diferença no comportamento da criança.

5. Faça transições graduais entre atividades

Evite mudanças bruscas. Se a criança está envolvida em uma atividade de muito interesse, como ver um vídeo ou brincar com algo específico, vá diminuindo gradualmente o tempo de exposição e introduza pistas visuais ou verbais que indiquem o fim.

6. Ofereça escolhas para dar sensação de controle

Permitir que a criança escolha entre duas opções possíveis (ex: “Você quer guardar os brinquedos antes ou depois de colocar o pijama?”) ajuda a reduzir a resistência e a envolver a criança na decisão.

7. Utilize itens de transição

Objetos como brinquedos preferidos, pelúcias, itens sensoriais ou até cartões visuais podem funcionar como elementos de conforto que acompanham a criança na transição de um ambiente ou atividade para outro.

8. Associe transições a reforços positivos

Elogie, celebre ou use reforços (adesivos, fichas, elogios verbais) sempre que a criança conseguir fazer uma transição de forma tranquila. Isso reforça positivamente o comportamento adaptativo.

9. Modele e dramatize transições nas brincadeiras

Usar bonecos, fantoches ou jogos de faz de conta pode ser uma forma divertida e educativa de ensinar a lidar com mudanças. Exemplo: mostrar um boneco indo da sala para o quarto ou terminando uma tarefa e iniciando outra.

10. Comunique a escola e envolva a rede de apoio

Pais e profissionais devem trabalhar juntos, compartilhando estratégias que funcionam em casa e na escola. Quando todos falam a mesma linguagem e seguem as mesmas rotinas, a criança se sente mais segura e acolhida.

Conclusão

As dificuldades com transições são reais, mas não intransponíveis. Com respeito, paciência e apoio visual, é possível transformar momentos de estresse em oportunidades de aprendizado e autonomia. Cada criança com TEA tem um ritmo próprio, e reconhecer isso é o primeiro passo para um acolhimento genuíno.

No Portal do TEA, valorizamos estratégias práticas que nascem da escuta e da empatia. Acompanhe nossos posts para mais conteúdos sobre comportamentos comuns do TEA e como lidar com eles com afeto e conhecimento.

Referências bibliográficas:

•Autism Speaks. Managing Transitions. Disponível em: autismspeaks.org

•Attwood, Tony. The Complete Guide to Asperger’s Syndrome.

•Hodgdon, Linda. Visual Strategies for Improving Communication.

•American Psychiatric Association. DSM-5, 5ª edição.

•Grandin, Temple. The Autistic Brain: Thinking Across the Spectrum.

•Organização Mundial da Saúde (OMS). Diretrizes sobre o cuidado a pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento.

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