O assistente terapêutico tem um papel fundamental na inclusão de alunos autistas nas escolas, proporcionando suporte individualizado para facilitar a aprendizagem, a interação social e a autonomia. Este post aborda as funções práticas desse profissional no dia a dia escolar, além de explicar como os pais podem garantir esse apoio nas escolas públicas e particulares no Brasil.
A inclusão escolar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um direito garantido pela legislação brasileira. No entanto, para que essa inclusão seja eficaz, muitas vezes é necessário o acompanhamento de um assistente terapêutico (AT), que oferece apoio personalizado e atua como um facilitador no ambiente escolar. Este post detalha a importância desse profissional, suas funções diárias e o que os pais podem fazer para garantir esse suporte nas escolas públicas e privadas.
O Que Faz o Assistente Terapêutico no Cotidiano Escolar?
O assistente terapêutico é o profissional responsável por acompanhar o aluno com TEA no ambiente escolar, oferecendo apoio nas atividades diárias, facilitando a comunicação e auxiliando na interação social. Suas funções incluem:
- Mediação de Interações Sociais:
- Estimula o aluno a interagir com colegas e professores.
- Ensina habilidades sociais e de comunicação.
- Apoio nas Atividades Pedagógicas:
- Auxilia na compreensão das tarefas e na organização dos materiais.
- Utiliza estratégias de ensino adaptadas às necessidades do aluno.
- Suporte Emocional:
- Ajuda o aluno a lidar com situações de ansiedade e frustração.
- Aplica técnicas de regulação emocional e sensorial.
- Promoção da Autonomia:
- Estimula o desenvolvimento de habilidades para a realização de tarefas cotidianas.
- Gradualmente reduz a dependência do assistente, conforme o progresso da criança.
Como Garantir o Acesso ao Assistente Terapêutico?
Para assegurar esse apoio, os pais devem seguir alguns passos importantes:
- Conhecer os Direitos Legais:
- A Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) garante o direito à educação inclusiva com os recursos de apoio necessários.
- A Lei 12.764/2012 (Lei Berenice Piana) estabelece o direito ao acompanhante especializado para pessoas com TEA.
- Solicitar Formalmente o Suporte:
- Nas escolas públicas, o pedido deve ser feito junto à direção, com base na legislação vigente.
- Nas escolas particulares, a solicitação pode ser feita com a apresentação de laudo médico e orientação profissional.
- Participar Ativamente na Escola:
- Acompanhar reuniões pedagógicas e discutir as estratégias utilizadas com a equipe escolar.
- Manter comunicação constante com o assistente terapêutico e os professores.
- Buscar Apoio Jurídico, se Necessário:
- Caso o suporte não seja fornecido, os pais podem buscar orientação junto ao Ministério Público ou Defensoria Pública.
O Papel das Escolas na Inclusão Eficaz
As escolas devem adotar práticas inclusivas, como:
- Investir na formação dos professores sobre TEA e práticas inclusivas.
- Adequar o ambiente físico, criando espaços tranquilos e sensorialmente seguros.
- Promover atividades que estimulem a convivência e o respeito à diversidade.
Conclusão
O assistente terapêutico é um elo essencial para garantir que os alunos autistas tenham acesso a uma educação inclusiva e de qualidade. O apoio desse profissional não apenas facilita a participação ativa na rotina escolar, mas também contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e acadêmicas. Pais, educadores e gestores escolares precisam atuar conjuntamente para assegurar esse suporte e promover uma inclusão verdadeira e eficaz.
Referências Bibliográficas
- BRASIL. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
- BRASIL. Lei n. 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
- MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como Fazer?. São Paulo: Summus Editorial, 2015.
- SCHWARTZMAN, José Salomão. Bases Neurológicas dos Transtornos do Desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2012.